Apresentação |
Tapari, que é um personagem criado pelo autor, “alter ego”, inicia a conversa mostrando três artefatos caiçaras. O primeiro deles é um “tipiti” – cesto de cipó- que tem origem indígena. O segundo é a rabeca fandangueira que representa a cultura europeia e, por último, o pilão que marca a presença quilombola no Vale do Ribeira. Por meio dos três artefatos, Tapiri explica a origem das comunidades tradicionais caiçaras do município de Iguape e inicia sua história caiçara desde sua infância na Juréia onde nasceu. Conta com entusiasmo sobre os mutirões de Fandango que participou quando criança ao lado dos pais e da comunidade. Relata com tristeza os conflitos que seus pais viveram com a chegada dos grileiros de terra no território que moravam, o medo que experimentaram com a tentativa da construção da Usina Nuclear no morro da Juréia e a expulsão definitiva do território de origem quando foi implantada a Estação Ecológica em 1986. Compartilha suas experiências de professor e escritor caiçara ao longo de duas décadas de docência. No movimento da fala, o autor dinamiza com os participantes as leituras das ilustrações que integram o livro e que são de autoria dos artistas Deco Miracatu e Mara Zine. Abre espaço para perguntas aos participantes e finaliza a conversa com a apresentação de um baile de fandango caiçara.
Paulo Cesar Franco é caiçara, professor de filosofia, educador popular e doutor em Educação pela Unicamp. |