Apresentação |
Um roteiro a partir de Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
Percurso a pé – aprox. 2,5 km | Duração sugerida: 2h30 a 3h
Temas: Geografia urbana, Geomorfologia Antropogênica, literatura, racismo, moradia, gênero, exclusão social, memória e cultura popular.
1) Início: Estação Tiradentes do Metrô
Ponto de encontro: Entrada da estação (lado do Museu de Arte Sacra)
Temas abordados:
• Apresentação de Carolina Maria de Jesus, o livro *Quarto de Despejo* e a ideia do “diário como cartografia urbana”;
• A favela do Canindé como “quarto de despejo” da cidade “moderna” que se erguia.
Referência: Localização histórica do Canindé, relação com as várzeas do Tietê e processos de remoção forçada.
2) Museu de Arte Sacra e Cemitério da Consolação
Breve parada na frente do museu.
Temas abordados:
• Religiosidade popular e relações com a vulnerabilidade social;
• Discussão sobre exclusão em espaços ditos “sagrados”;
• Carolina como mulher negra e suas referências simbólicas e espirituais.
Referência: Ela narra passagens em que recorre à fé em momentos de desespero.
3) Quartel da Luz e Pinacoteca
Parada na Praça da Luz.
Temas abordados:
• Contraste entre a monumentalidade da arte “official” (Pinacoteca) e a arte da sobrevivência (a escrita de Carolina);
• Discussão sobre segurança pública e repressão em áreas marginalizadas.
Referência: Carolina fala de prisões arbitrárias, humilhação pública e vigilância constante.
4) Catedral Armênia / Av. Tiradentes
Parada para observação e descanso.
Temas abordados:
• Diversidade étnica e presença imigrante no bairro;
• Comparar a presença armênia com a invisibilização da população negra e favelada;
• “Quarto de Despejo” como denúncia da invisibilidade social.
5) Rua Azurita (antiga Rua do Porto)
Local aproximado da antiga favela do Canindé.
Temas abordados:
Memória apagada: não há mais vestígios da favela;
Processo de remoção urbana e “limpeza” do território;
A cidade como palco de exclusões.
Referência: A favela estava localizada entre as ruas Azurita e Felisberto de Carvalho.
6) Rua Pedro Vicente – IFSP Campus São Paulo
Temas abordados:
Educação como resistência;
Atravessamentos de classe e raça no acesso à universidade pública;
Conectar os estudantes ao legado de Carolina: ela não teve o IFSP, mas tinha os livros achados no lixo.
Atividade sugerida: Leitura de trechos de *Quarto de Despejo* em voz alta na frente do campus, em roda.
7) Fechamento: Feira Kantuta – Praça Kantuta
Temas abordados:
Território e cultura migrante hoje;
Continuidade dos processos de marginalização e reinvenção da vida;
Comida, música, língua, sociabilidade: modos de viver e resistir na cidade.
Referência: Carolina também era migrante, e a feira pode ser vista como forma de ocupação cultural e territorial.
Observações práticas:
– Material de apoio: mapa do percurso, excertos do livro, perguntas-guia para observação; |