Apresentação |
Na busca por uma vida melhor, a sociedade ao longo do tempo segue aprendendo, testando, tentando, buscando novas formas de evolução, sejam individuais, sociais, físicas ou psicológicas. Sem dúvida, um dos principais ativos que concorrem para que essa busca se torne cada vez mais potencializada está no uso de dados, informações e conhecimento. Embora muitos autores tenham oferecido conceitos e definições, muitas vezes esses termos são confundidos, sobrepostos ou até mesmo tratados como sinônimos.
Deste modo, no intuito de elucidar dúvidas concernentes aos usos e conceitos dos termos, Setzer (1999, p. 12), apresenta as seguintes definições:
Dado [...] é uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. [...] Como são símbolos quantificáveis, dados podem ser armazenados em um computador e processados por ele. [...] em nossa definição, um dado é necessariamente uma entidade matemática e, desta forma, puramente sintática. [...] Um dado é puramente objetivo não depende do seu usuário.
Informação é uma abstração informal, que representa algo significativo para alguém através de textos, imagens, sons ou animação. [...] Esta não é uma definição isto é uma caracterização, porque algo, significativo e alguém não estão bem definidos; assumimos aqui um entendimento intuitivo desses termos. [...] Não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. [...] Uma distinção entre dado e informação é que o primeiro é puramente objetivo e a segunda subjetiva no sentido que é descrita de uma forma objetiva, mas seu significado é subjetivo, dependente do usuário.
Conhecimento é uma abstração interior, pessoal, de alguma coisa que foi experimentada por alguém. [...] não pode ser descrito inteiramente de outro modo seria apenas dado ou informação [...] não depende apenas de uma interpretação pessoal, [...] requer uma vivência do objeto do conhecimento. [...] não pode ser inserido em um computador por meio de uma representação, pois senão foi reduzido a uma informação. [...] Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática. [...] O conhecimento é puramente subjetivo cada um tem a experiência de algo de uma forma diferente.
Em pleno século XXI, ainda nos deparamos com o seguinte dilema: estamos vivendo a era da informação ou era do conhecimento? Em meio a tantas evoluções tecnológicas e o desenvolvimento de novas e melhores ferramentas, tem-se como premissa que o jogo entre informação e conhecimento deveria estar empatado, pois a informação não serve se não for transformada em conhecimento. Um depende do outro. E esse tem sido um dos grandes desafios dos tempos atuais: buscar o equilíbrio entre os dois conceitos, isto é, fazê-los caminhar lado a lado para que isso gere benefícios tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo.
A partir do entendimento de Setzer (1999) podemos conjecturar que o conhecimento é tudo o que você constrói, reflete, realiza, gera e produz a partir de determinada informação. E é isso que nos torna diferentes das pessoas: o que fazemos com o nosso conhecimento, pois a informação só passa a ser válida a partir do momento em que vemos sua aplicabilidade.
Todos os dados gerados são informações em potencial e, ainda que estejam organizados, não podem ser considerados conhecimento. A partir das relações que construímos entre as coisas, a partir do que aprendemos e do que apreendemos com as coisas do mundo é que estamos gerando conhecimento.
Nesse contexto, a VIII Semana do livro e da Biblioteca do campus Birigui tem como temática central aspectos relacionados com a era da informação, a construção do conhecimento e a diversidade que não pode ser relegada se desejamos uma sociedade mais inclusiva e responsável. Entre os dias 06 e 08 de abril de 2022 serão desenvolvidas diversas atividades como sarau, palestra e outras com a finalidade de abordar essas questões tão necessárias aos dias atuais.
Referência:
SETZER, Valdemar. Dado, informação, conhecimento e competência. DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, n. 0, dez., 1999. |